Francês de Bordeaux, Tom Lacoste é um dos mais talentosos e renomados fotógrafos ocidentais ao tratarmos de imagens compostas na essência por este elemento tão mágico, vivo, pluralista e expansivo que é o fogo (chama).
Através de uma aguçada e muito bem apresentada técnica de fotografismo de modelos ensaiados com a técnica de pirofagia em ambientes controlados, Tom Lacoste apresenta-nos fotografias no mínimo espetaculares, isto dadas todas as características estéticas do fogo manipuladas pelos profissionais em destaque e também o talento do francês em captar as imagens no momento mais oportuno possível.
Com exposições recorrentes pela Europa e com um interessante portfólio on-line para apreciação, talvez o renome do francês junto à crítica especializada se dê justamente pelo fato de todas as questões de vanguarda e criatividade que Tom Lacoste emprega em seus foto ensaios, destacando-se do óbvio e cativando até mesmo aos mais despercebidos.
São Paulo, 29 de maio de 2010, por volta das 21h35, uma enorme bandeira com o logo do Aerosmith cobriu a visão do palco arrancando gritos do público. Com as luzes já apagadas, era possível ver a silhueta magra de Steven Tyler assumindo sua posição. Logo de cara, o quinteto já gastou Eat the Rich, do disco Get a Grip, de 1993. Embora muitos rumores tenham colocado o futuro da banda xeque, principalmente após as notícias de que o grupo sairia em turnê sem Steven Tyler, o vocalista e o guitarrista Joe Perry parecem ter colocado as diferenças de lado ou enganam bem. A famosa dupla divide o microfone sempre que pode e interage a todo o momento como um ritual vivido nestes 40 anos juntos.
Em uma sequência infalível, são tocados os sucessos: Love in a Elevator, Pink, Jaded, Falling in Love, Dream On e Livin on the Edge. A série de hits dá um panorama nestes 40 anos do Aerosmith, prova de que a banda emplacou sucessos em todos os seus lançamentos.
Os atritos entre Tyler e Perry que encheram a mídia também ficam para trás durante o show. Ao ver uma calcinha vermelha jogada no palco, o vocalista não pensou duas vezes. O americano pegou o souvenir e pendurou no microfone do companheiro: “Me ajude a cantar a próxima, Perry”, brincou.
Depois de duas horas de apresentação, o Aerosmith reviveu a maior parte dos clássicos de sua carreira e espantou o frio de seus fãs que lotaram o Palestra Itália. Sobre o futuro da banda, que completa 40 anos depois de um ano instável, o assunto não parece evidente enquanto os cinco dividem o palco.
Após 40 anos de espera os fãs brasileiros poderam assistir a apresentação do ZZ Top, grupo formado por Billy Gibbons (guitarra e vocal), Dusty Hill (baixo e vocal) e Frank Beard (bateria), que tocou esta noite em São Paulo (20/05), tocará também por estas bandas amanhã e depois viaja para Porto Alegre para sua última apresentação.
Apesar de sexagenários, os membros do grupo não decepcionaram a plateia e por quase duas horas tocaram canções de fases diferentes de seus 40 anos de carreira, como “Tush”, de 1975, “Got Me Under Pressure”, de 1983 e “Pincushion”, de 1993 – esta última acompanhada de uma bela loira dançando no telão.
Entre canções de rock e alguns blues, o trio ainda teve tempo de tocar duas covers: a animada “Viva Las Vegas”, com imagens da capital mundial dos jogos de azar, e “Hey Joe”, acompanhados por um telão cheio de cores psicodélicas e uma fotografia do guitarrista Jimi Hendrix.
Mas o público vibrou mesmo no final da apresentação, quando foram tocados os hits “La Grange”, “Gimme All Your Lovin'” e “Legs”, com direito aos “instrumentos de pelúcia” utilizados no clipe oitentista que foi exibido junto da canção.
Com a experiência acumulada em quatro décadas de rock, o ZZ Top não deixou de fora nada que os fãs esperavam ver. Não faltaram solos de guitarra, paradinhas ensaiadas, longas barbas grisalhas e as vozes rasgadas de Gibbons e Hill. A apresentação não teve bis, de fato, mas é improvável que alguém reclame.
Além da tradicional maré de camisetas pretas que invadiu o Credicard Hall, em São Paulo, nesta sexta-feira (7/05), a noite regada de metal do Manowar ganhou alguns extras para empolgar o público, cerca de 6,3 mil. Fora os intermináveis banhos de cerveja, air guitars e chicoteadas com os cabelos dos headbangers, o grupo ainda levou ao palco um grupo de quatro garotas que se despiram para o deleite dos fãs e um sortudo que tocou guitarra junto com a banda.
Abrindo com Hand of Doom, o quarteto não fez cerimônia e já atacou com uma sequência de canções pesadas: Call To Arms e Die With Honor. Em um intervalo mais “místico”, Swords In The Wind fez uma pausa para todos os metaleiros erguerem seus celuares e cantarem em uníssono com Eric Adams.
a banda seguiu apostando em suas canções metaleiras, mas sempre priorizando canções da atual turnê, baseada nos discos God of War, de 2007, e no EP Thunder In The Sky, de 2009. A ausência de alguns clássicos como Battle Hymn, Blow Your Speakers e Carry On deixou nitidamente alguns fãs fervorosos exaltados que deixaram o show mais cedo. Mas nada que atrapalhasse o show.
De Gods of War, o grupo tocou canções como King of Kings, Loki God of Fire e Sons of Odin. A escolha por priorizar músicas novas causou até uma movimentação em redes sociais e blogs na internet. Muitos fãs criticaram a opção do Manowar e chegaram a desencorajar os seguidores que planejam conferir os shows do Rio de Janeiro (8/05) e Belo Horizonte (9/05). Cada um na sua.
A apresentação do Megadeth em São Paulo neste sábado (24) não decepcionou quem esperava a exceução na íntegra do clássico Rust in Peace, de 1990, mas também contava com outros sucessos de uma das bandas pioneiras do thrash metal americano. O generoso setlist de 21 músicas, maior que os de Recife (20) e Brasília (22), eletrizou os fãs paulistas, que deixaram poucos espaços vazios no Credicard Hall.
A instrumental Dialectic Chaos, do mais recente álbum, Endgame, lançado em 2009, abriu o show, que começou com um pequeno atraso de um pouco mais de cinco minutos (estava previsto para as 22h), e o primeiro bloco de músicas da noite, que contou com This Day We Fight, In My Darkest Hour, Sweating Bullets, e o hit Skin O’My Teeth, cantado em coro pelo público.
Nesse momento, o vocalista e guitarrista Dave Mustaine fez uma parada para cumprimentar os fãs, agradecer a presença de todos e comentar que o fato de não haver banda de abertura em São Paulo possibilitou um setlist maior que o de outros shows no Brasil. Em seguida, o frontman emendou a frase “nós sabemos porque estamos aqui” e iniciou a execução de Rust in Peace.
Outro sucesso que fez a plateia pular e cantar junto foi Symphony of Destruction, de Countdown to Extinction (1992), em que o público encaixava a palavra Megadeth nos trechos de guitarra que intercalam a parte falada da música. Com um “Thank you very much” de Mustaine, o show foi supostamente encerrado.
Cinco minutos depois, às 23h42, o vocalista volta, sem camisa, para o bis e começa a conversar com a plateia, introduzindo outro hit, A Tout Le Monde, gravado originalmente em Youthanasia (1994) e reeditado em United Abominations (2007), com a participação da vocalista italiana Cristina Scabbia (Lacuna Coil). A música foi a mais cantada pelo público do começo ao fim.
Para encerrar a noite de duas horas de heavy metal, pouco após a meia-noite, a banda executou Peace Sells, clássico encontrado em Peace Sells…But Who’s Buying? (1986), e pedido em massa durante o intervalo para o bis.